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quinta-feira, 22 de julho de 2010
NO LIMITE: A história do Senhor Luis Carlos Gonzaga dos Santos e sua família.
Não é grande capital, novela ou qualquer ficção. É, simplesmente, uma triste realidade que todos vêem, mas quase ninguém toma atitude.
Trata-se de uma família sobrevivendo em condições miseráveis, catando lixo para viver.
A família de quatro pessoas reside em um barraco, localizado à beira da BA 262, Km 408, sentido Aracatu-Vitória da Conquista. Vive miseravelmente catando lixo para reciclagem, obtendo uma renda mensal de mais ou menos R$ 150,00. Chegaram ao município há três mêses e desde então nunca receberam assistência de nenhuma entidade pública, filantrópica ou religiosa.
O Senhor Luis Carlos Gonzaga dos Santos, 55, Marteleiro, natural de Aracaju/Sergipe conta como chegou a esta condição: “Trabalhei como marteleiro em Sergipe, depois a firma me demitiu devido a idade. Fui para Minas Gerais e trabalhei de camelô. Mas em 1999, o governador do Estado, Nilton Cardoso, retirou os camelôs da atividade. Passei por muitas cidades da Bahia, como Porto Seguro, Eunapólis, Itagi, e agora em Aracatu. Em todas as outras cidades, nos fomos expulsos e esta cidade até hoje não fez isso”.
A senhora Andréa Soares, 35, Doméstica, relata como é a luta do dia-a-dia: “cozinho num fogão de pedras, busco água na casa de seu Durval para cozinhar e tomar banho. A comida nem todo dia tem”.
Quando as crianças começaram a estudar, Rosimira Soares Gonzaga dos Santos, 10 anos e, Luís Carlos Júnior Gonzaga dos Santos, 9 anos, receberam algumas contribuições. O menino ganhou o material da Escola Municipal Maria da Glória e a menina recebeu a farda escolar da família de Seu Durval da Faz. Palmeira.
A família de Seu Luiz não recebe nenhum beneficio social do governo. Já tentaram fazer o cadastro para receber o Bolsa Escola ou o Bolsa Família várias vezes e nunca conseguiram. Desde as quatro da madrugada seu Luis sai para juntar papelões na sede de Aracatu, cerca de 1 Km. Quando retorna para a “residência”, vai direto para o lixão, seu estranho ambiente de trabalho na companhia da esposa Andréa. O “trabalho” localiza-se do outro lado da BA, cerca de 100 metros da “casa”. Sem luvas, com um boné, o sol escaldante, as esperanças quase todas exterminadas, o estímulo de conseguir pelo menos o que comer, matando “vários leões por dia” e sustentando a existência na máxima “ quanto mais lixo melhor”, adentra o lixo misturando-se com os urubus, o mau cheiro e porcarias.
Tristemente Dona Andréa salienta a humilhação que seus filhos sofrem na escola, ao serem chamados de lixo ou de lixão. “Minha filha estava chorando e disse que não ia mais na escola, tive que conversar muito com ela. Rosimira é muito inteligente, gosta de estudar e lê muito. Pelo menos o estudo e o pão eu luto para dar meus filhos. E eles vão sair desta vida”.
Luis faz um apelo: “As pessoas precisam ser mais humildes, os governos verem a situação da pobreza e serem honestos. Preciso de um trabalho e uma casa para morar. Não sou bandido. Se me arrumar um terreno eu mesmo faço a casa”.
Entre outros motivos, a falta de assistência, obribou-os a peregrinarem mais uma vez. Antes da publicação desta matéria, a família partiu para Bom Jesus da Lapa, Bahia. Fica claro, portanto, o desleixo das autoridades competentes para cumprirem com suas obrigações e ajudarem os mais necissitados.
Erivan Coqueiro - (77) 8129-7754 - erivancoqueiro@gmail.com
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