Setembro é o mês de lembrar a nossa independência. Mas até que ponto somos independentes? Qual o significado daquele grito dado às margens do Ipiranga?
Creio que chegou a hora de repensar o sentido de independência.
Observando o ultimo desfile, concluí que a sociedade é hábil em atribuir papeis aos cidadãos, e isso começa na infância. Gosto de observar esses eventos porque é neles que se percebem as exclusões sociais, os antagonismos, a essência de nossa gente, o cheiro, as cores, o calor humano. Vai além do que posso expressar nessas limitadas linhas.
Mas o melhor lugar, certamente, é a escola. Lá posso saber muito sobre os pais dos alunos, embora quase sempre não apareçam nas reuniões. Lá posso prever como será a sociedade daqui alguns anos. Olhando para a cara do aluno percebo se alimenta bem ou mal. O professor tem uma posição privilegiada. É quase como um sacerdote, um profeta, um anjo guardião. Mas por que somos tão desrespeitados? Por que não recebemos o merecido valor nessa sociedade que busca freneticamente o desenvolvimento?
Porque muitas vezes não assumimos nosso lugar que nos foi concedido por Deus. Porque desprezamos nossa capacidade de mudar a sociedade. Porque esperamos ser respeitados sem respeitar a nos mesmos. Os poderosos de nossa terra não temem o poder que os mestres têm na mão, pois muitas vezes ignoramos esse poder. Em que ocasião? Quando nos contentamos com um mísero salário mínimo. Quando trocamos nossa cidadania por um contrato que cala nossa voz. Quando temos medo de dizer a nossa verdade. E nossa verdade é que somos muitos, mas desgarrados como ovelhas sem pastor. Não giramos em torno de uma causa, giramos em torno de migalhas. E a minha causa, pela qual teria o prazer de morrer é a felicidade de nossa gente. Para mim não tem preço ver uma criança se tornar um cidadão livre, INDEPENDENTE, capaz mudar sua comunidade. Ser feliz. E depois esse cidadão me encontrar na rua e dizer muito obrigado.
Devemos, mais do nunca, repensar nosso 7 de Setembro e fazer dele nosso espaço de protesto, demonstrar nosso repúdio a esse sistema porco e excludente que aí está. Para mim nosso sistema político-econômico-religioso é uma verdadeira máquina de fabricar miséria e concentrar renda nas mão de poucos. Enquanto isso para nossa gente, para a menina que vem assistir aula com chinelo remendado, para o menino ansioso pela merenda porque saiu de casa com fome, só sobram as migalhas.
Viva a Independência! Mesmo que tardia.
William Paulo S Souza
Nossa esse ano, eu amei o disfile...Principalpente a homenagem ke o pessoal da FANFARRA fizeram para Tiago, o nosso kerido amigo amado por todo mundo, ke está num lugar maravilhoso agora.
ResponderExcluir