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sábado, 3 de julho de 2010

Independência. Do quê? (Edição 8- Outubro de 2009)



Viva a independência! O sonho da liberdade a caminhar de peito aberto para onde, já não se sabe, muito menos guiando quem...
Temos, ainda, um longo caminho a percorrer rumo à independência. Tanto a nível nacional, e principalmente, a nível de Aracatu. Nosso jovem, infelizmente, cresce com pouca, ou quase nenhuma perspectiva de dias melhores. Enquanto professor vejo, com muita tristeza, um sistema injusto, cruel limitando o jovem de tal maneira a não deixa-lo com muitas chances de vislumbrar outros horizontes, crescer dignamente enquanto cidadão e se tornar um profissional valorizado. E por falar em professor, talvez seja ele, uns dos poucos profissionais que sobrevive mas da fé do que do próprio salário. Fé em que? Fé que um dia os políticos olhe para ele e o veja como o principal formador de homens e mulheres de valor, que fazem uma sociedade mais digna, justa e desenvolvida. Fé nos estudantes, fé na pátria (traidora), Fé em si mesmo, e, acima de tudo, fé em Deus. O mestre dos mestres...
Em Aracatu a educação encontra-se em avançado estado de colapso. De “morre e não morre”. E, sem querer ser pessimista, aliás prefiro pender para o lado do pessimismo, a deitar confortavelmente no berço esplendido do comodismo, mas se assim continuarmos, teremos sérios prejuízos. Por que? Porque não estamos verdadeiramente preparando o jovem para a vida, para os desafios do mundo moderno. Nossa escola e o mundo moderno são realidades desiguais. Estamos perdendo nossa autonomia de avaliar, e de reprovar também. Tudo já vem pronto. O professor simplesmente é um fantoche que obedece e quase nada pode fazer. O investimento no setor educacional é uma vergonha. E assim segue nossa educação. Só de aparência, de fingimento. De números. Exatamente com o governo gosta. E no ano que vem eles estarão de volta dando um show de cinismo e aproveitando da inocência de nosso povo. Estamos nos 45 do segundo tempo e perdendo feio a batalha. Contra quem? Contra essa mídia porca que nada oferece ao jovem além de lixo. Contra esse sistema opressor que aí está, desvalorizando a educação e o educador, atribuindo lhe um salário miserável, que na verdade não passa de um estimulante para procurar outra profissão. Repito. O professor vive pela fé.
Apesar de toda montanha de mazelas que acontece por aí (e já não se pode esconder), ainda acredito, nas minhas crianças. Nos meus companheiros. Pois como disse 2pac, “As guerras vem e vão, mas meus soldados permanecem eternamente”. Sonho em ver o meu povo erguer a cabeça. Viver do seu intelecto e da força de seu trabalho sem se humilhar, se vender, Mas ter a chance de crescer enquanto cidadão aqui mesmo em sua própria terra e não precisar ir para terra estranha, pois somos cidadãos e não meros pagadores de impostos e eleitores enganados. Queremos nossos direitos respeitados e ver nossos filhos tendo uma educação de qualidade, nem que para isso seja necessário erguer foices, facões e o fuzil. Afinal, só por um milagre eles vão reconhecer nossos direitos pacificamente. Quero ver meu povo alimentar se de forma descente. Sonho em ver minha gente ser honrada da cabeça aos pés e abrir as asas e voar como águias sem se cansarem. Sonho com uma terra sem miséria, com trabalho e oportunidade para todos. Quero ver o fruto do meu trabalho se concretizar na vida de meus alunos em forma de diploma universitário, em forma de medalha e dignidade. De meninos e meninas se formando doutores, advogados, promotores, artistas, médicos sérios, e (por que não?) Bons políticos, mais humanos e sensíveis aos problemas de nossa gente.

Viva a independência! (Mesmo que tardia)

William Paulo S Souza (77) 8135-7089
Jornalorelato@hotmail.com

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