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sábado, 31 de dezembro de 2011

FIGURAS DA TERRA: DEFICIENTE VISUAL TRABALHA NORMALMENTE

“A razão da existência nutre-se no desejo e na alegria de viver,
superando as barreiras corporais” (Erivan Coqueiro).

  
Viver é a máxima no vocabulário da senhora Nalva Lima, 71, residente à rua Otaviano Prates, em Aracatu-BA. Dona Nalva, conhecida por Dida, teve uma doença rara que gradativamente provocou-lhe a perda total da visão. Há 11 anos ela percebeu que já não enxergava o mundo, as coisas e as pessoas. Ela perdeu a visão dos olhos, mas passou e enxergar a vida com os olhos do espírito, sendo assim um ícone, um exemplo fiel que viver está além do que os olhos podem enxergar.
Dida consegue realizar praticamente todas as atividades rotineiras que executava antes de perder a visão, como varrer a casa, fazer comida e deliciosas cocadas, efetuar ligações pelo celular, entre outras: “vou fazendo minhas coisas assim mesmo. Faço minhas cocadas, sento lá fora, divirto, converso com as pessoas, arrumo cozinha. Também ponho frango no fogo, carne, arroz, já sei o tanto do óleo”. Eu sei ligar o rádio, procuro a estação, a televisão também sei ligar. Ela relata que consegue localizar todos os utensílios no tato: “panela, garfo, colher, prato, tudo eu sei onde tá. Ligo o fogo, não encosto no fogo e tenho cuidado, graças a Deus nunca aconteceu nada”, conclui e em seguida diz como consegue produzir suas famosas cocadas: “boto na panela o açúcar e o leite e boto no fogo. O celular todo dia desperta 11 horas e aí coloco no fogo e fica por uma hora e quando dá meio dia eu tiro do fogo. Sempre tem uns meninos que fala que deu meio dia. Eu mesmo corto a cocada vendo na frente da casa. Uma cocada é cinquenta centavos. Conheço as moedas, vendo de 25 a 28 cocadas por dia”. Dida afirma que todas as pessoas devem desenvolver a virtude da paciência para superar as dificuldades que a vida nos apresenta, ao invés de apenas reclamar das circunstâncias: “A pessoa tem que ter paciência, divertir para não ficar triste, pois sentar e cramar não resove nada”, finaliza.

Texto e foto: Erivan Coqueiro

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