Ananias, jovem residente na Fazenda Lagoa do Prado, em Aracatu-BA, há muito tempo lida com a materialização do sentimento sertanejo através do poema e da música. Acordando diariamente com a musicalidade dos pássaros e o orvalho do campo e ouvindo grandes artistas e poetas, Ananias explica como iniciou sua trajetória pela arte escrita: “comecei apreciando a beleza do Sertão, ouvindo outros artistas e achei que poderia fazer algum dia. Então comecei a fazer poemas.
Tendo já produzido duas coletâneas de cordéis em áudio, participado de concursos musicais e declamado seus poemas em vários lugares, Ananias pretende lançar um livro de cordéis em 2012 e faz seu pedido de apoio, no intuito de promover uma dinamização cultural no município e na região. “No momento estou com alguns poemas para divulgar. Quero fazer um livreto, com cordéis neste ano. Seria bom se alguém quisesse participar deste trabalho, como patrocinador. Quero fazer a integração entre artista, cultura, povo e patrocinador”, salienta. Confira a poesia Urubu, de Ananias.
URUBU
Igual pipa de papel preto
Dos meninos na cidade
Urubu cá no sertão
Voa aos bandos à vontade
Brindado asas no céu
Os urubus na carçada
De cabeça para baixo
Carçando bicho que morre
Pois o pão que lhe socorre
É carniça na baxada
Por isso urubu deseja
Que o bicho fraco esteja
Pra morrer na estiada
Pois com a chuva no sertão
Não há carniça no chão
Não há caça pra fazer
Ninguém sabe o que eles comem
Mas porém morrer de fome
Ninguém nunca viu morrer
Urubu tem ambição
E o dote de cuidar
Dos mortos e deixar os vivos
Pra própria morte matar
Pois eles não tem coragem
A rebelde crueldade
Pra uma vida tirar
Foto e texto: Erivan Coqueiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente!