Mais de um milhão de alunos dentro de casa ou nas ruas por conta, de 100 dias de greve na rede estadual de educação da Bahia. A paralisação, já considerada recorde no Estado, parece não ter previsão para acabar.
Nesta semana, troca de acusações e ameaça de retirada dos professores da Assembleia Legislativa da Bahia, acirraram ainda mais os ânimos e tornam crítica a situação.
Ontem, o clima esquentou e o nível baixou, na manhã desta quarta-feira (18), durante entrevista entre o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Marcelo Nilo, e o presidente da Associação dos Professores do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira.
Os dois bateram boca no Programa do Bocão, na Rádio Sociedade. O apresentador Zé Eduardo os colocou, ao vivo, pelo telefone, e levantando o problema dos 99 dias de greve na rede estadual de ensino, se inicou uma sequência de acusações por parte dos entrevistados.
Marcelo Nilo fez uma grave acusação contra o sindicato, afirmando que o movimento é financiado. "Quem paga a comida deles? Três meses sem sálarios não há como ter dinheiro. Tem alguém pagando a conta. Eles fazem festa e recebem almoços de primeira. Tem alguém por trás da APLB. O dinheiro deles está bloqueado. Um dia esse dinheiro que tinham acaba e acredito que ja acabou", acusou Nilo, que disse não ter como afirmar quem é o financiador.
Como resposta, Rui Oliveira ameaçou processar Nilo pela acusação da APLB ser financiada e, deu o troco, chamando-o de "bobo da corte". "Prefiro ser rei, porque me torno majestade", comparou, ressaltando que as declarações de Nilo "é coisa de quem não tem o que fazer".
Denúncia
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), prometeu, em entrevista ao programa Se Liga Bocão nesta quarta-feira, apresentar o vídeo em que uma funcionária da Casa teria sido agredida verbalmente por uma professora grevista.
“Estou me comprometendo em, até amanhã, apresentar esse vídeo em que a servente, chorando, fala da humilhação que sofreu e do orgulho que sente em trabalhar para sustentar os seus quatro filhos”, prometeu Nilo.
Greve
Nem a intervenção do Ministério Público da Bahia e nem a nova proposta do governo estadual fizeram com que os professores, aceitassem a proposta feita pelo governador Jaques Wagner, durante encontro realizado na quinta-feira (12), na sede do MP-BA. A negociação não avançou e a mudança nos termos da proposta foi considerada "mínima" pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira. A categoria bate o pé firme e exige que seja cumprida a Lei do Piso que estabelece reajuste de 22,22% para os educadores.
O governo se propôs a conceder aos professores licenciados, em novembro de 2012, promoção por meio de curso, com ganho de 7%, e em abril de 2013, nova promoção, também com ganho de 7%. Não convenceu.
Uma nova assembleia está marcada para esta sexta-feira (20), às 9h.
Uma nova assembleia está marcada para esta sexta-feira (20), às 9h.
BOCÃO NEWS
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